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O Turno Da Noite - Society With Vampires

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O Turno Da Noite - Society With Vampires, surgiu com intuito de esclarecer o fato da realidade vampírica. Muitas matérias são extraídas de estudos acerca da existência dos vampiros desde "A Ordem de Aset Ka" do Antigo Egito, até a atualidade.
Algumas obras de ficção serão mencionadas, apenas como imagens e textos de citação.


Mais cuidado com o desconhecido: Porque vampiro como bem colocam os autores de Manual Prático do Vampirismo, é aquele que nem aceita carregar sua cruz e viver dignamente o seu destino evolutivo, nem aceita morrer.


Boa leitura - Por Cici Silva.

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A crença em criaturas vampíricas provavelmente remonta às experiências humanas muito antes do advento da palavra escrita. Tanto um temor respeitoso em relação aos mortos como uma crença nas propriedades mágicas do sangue podem ser encontradas em culturas do mundo todo. Contos modernos e antigos sobre chupadores de sangue , voadores noctívagos e sobrenaturais, tais como a Lamia (Bruxa, na mitologia grega) , são caracterizadas, sob muitas formas, em várias culturas mundiais.




O conceito específico dos mortos retornando para atacar e alimentar-se do sangue dos vivos encontrou sua maior expressão na Europa cristã. No século XII, o historiador William de Newburgh relatou diversos casos de mortos retornando para aterrorizar, atacar e matar durante a noite. Identificou esse tipo de espírito maligno com o termo latino sanguisuga. Na maioria dos casos sobre os quais escreveu, a única solução permanente era desenterrar e queimar o corpo do assaltante acusado.
Embora nenhuma crença prolongada nesses seres tenha continuado entre os ingleses, a onda de relatos virtualmente idênticos varreu grandes áreas da Europa oriental, do século XVI ao século XVIII. Uma grande variedade de termos foi desenvolvida para designar esses seres, tais como variações do termo sérvio vulkodlak (extraído da palavra que designa o lobisomem). Outros termos usados na Sérvia , vampir (de origem questionável) e palavras relacionadas (como a palavra russa upyr), também se desseminaram.



Ao longo do tempo , esses relatos sobre vampirismo se infiltraram na Europa ocidental, onde se tornaram foco de discussão intelectual. Em 7 de janeiro de 1732, um relatório oficial foi assinado pelo cirurgião do regimento de campanha Johannes Fluckinger, do governo austríaco (e três de seis assistentes), detalhando suas investigações sobre vampirismo na Sérvia. O relatório indicava diversas mortes na vila de Meduegna cinco anos antes, cuja culpa recaíra sobre um homem chamado Arnold (Paole) Paul, que alegara ter sido mordido certa vez por um vampiro e subseqüentemente morrido. Alguns acreditaram que ele tinha voltado do mundo dos mortos e os estava atormentando. Seu corpo, quando exumado, parecia estar em bom estado, mas o sangue escorria de sua cabeça e mais sangue espirrou quando foi açoitado. O cirurgião de campanha e seus assistentes estavam investigando uma nova onda de ataques alegadamente vampíricos na área quando examinaram outros supostos vampiros, que foram desenterrados. Oito, cuja aparência foi considerada extraordinariamente fresca, foram queimados.

Dom Augustin Calmet, um abate beneditino e renomado estudioso da Bíblia, publicou um tratado sobre os vampiros em 1746, no qual narrou, entre outros relatos, a história de Arnould Paul. Apresentou várias explicações racionais, mas também deixou em aberto a possibilidade de que algo sobrenatural poderia estar ocorrendo.

Vampira de MunchUm jovem escritor e médico do século XIX que pode ter se familiarizado com as teorias de Calmet sobre os vampiros foi John Polidori, um imigrante italiano residente na Inglaterra. Em 1816, durante um certo período, Polidori foi companheiro de viajem do aclamado poeta e escritor Lord Byron. Enquanto estava com Byron e um pequeno grupo de pessoas hospedadas na Villa Diodati, nas cercanias de Genebra, Polidori se juntou aos que, por sugestão de Byron, inventavam histórias de fantasmas para seu mútuo entretenimento. Uma das presentes era Mary Shelley, cuja história se transformou mais tarde no clássico romance de horror Frankesntein. A história de Byron era sobre um homem à beira da morte, que fazia seu companheiro de viagem jurar que não revelaria sua morte a ninguém. Anos mais tarde, Polidori juntou a idéia básica de Byron com um motivo vampírico. Usando Byron como modelo, criou o vampiro Lord Ruthven, um aristocrata viajante que atraía e matava mulheres inocentes a fim de se alimentar de seu sangue. Sua historia inspirou diversas peças de teatro e outras obras de criação durante o século XIX.

Em 1872, uma imagem mais inovadora para o vampiro foi apresentada pelo escritor irlandês Sheridam Le Fanu, com o lançamento de seu conto "Carmilla", que incorpora as crenças vampíricas a uma ambientação gótica. A historia gira em torno de uma vampira que desenvolve uma longa ligação com uma vítima do sexo feminino. Insinuações eróticas nesse estranho e sinistro vínculo entre vampira e vítima ecoam ao longo de toda a história.

Em fins de século XIX, o romance Dracula, de Bram Stoker, iniciou a era da ficção que continua até hoje. Dracula criou o vampiro vilão definitivo, utilizando elementos dos trabalhos de Polidori e Le Fanu para produzir um pano de fundo gótico para a história de um predador aristocrático profano saído do túmulo, que hipnotiza, corrompe e se alimenta das lindas jovens que mata. Stoker revelou todo o impacto das conotações psicossexuais envolvidas no relacionamento entre vampiro e vítima, mostrando a notável semelhança entre ânsia de sangue dos mortos-vivos e a sensualidade reprimida dos simples mortais. Um elo psíquico ainda mais profundo está indicado quando uma vítima do sexo feminino é forçada a beber o sangue de Drácula como parte de sua transformação em vampira.

Após o lançamento do extraordinário romance Dracula, em 1897, poucos romances foram publicados durante mais de meio século, e os que foram não eram dignos de nota. Porém na primeira metade do século XX novos romances e contos do gênero horror injetaram sangue novo ao tema. Particularmente em revistas de produção precária do tipo "horror", como Weird Tales.



Cinema e TV


Todavia, uma grande influência sobre a percepção pública do vampiro veio de filmes exibidos para grandes audiências. Boa parte dos primeiros filmes não conseguiu atrair o público no lançamento. O filme mudo alemão de 1922, Nosferatu, Eine Symphonie des Garuens, dirigido por F.W. Murnau, retratou com sucesso um vampiro de aparência mórbida e revoltante. Outros se seguiram a este como London After Midnight, em 1927.

Bela LugosiVampiro (1932) é um rigoroso e sombrio espetáculo de morbidez orquestrado pelo diretor Carl Dreyer, um dos nomes mais importantes da história do cinema. Porém os filmes das décadas de 1920, 1930 e 1940 consagraram alguns atores como lendas vivas do mito do vampiro , como o filme Drácula da Universal , estrelado por Bela Lugosi, Ao contrário do que muita gente pensa, o ator austro-húngaro Bela Lugosi interpretou Drácula nas telas em apenas duas ocasiões. Drácula (1931), da Universal, e Às Voltas com Fantasmas (1948), ao lado da dupla cômica Abbott & Costello. Entretanto o papel lhe marcou de forma tão definitiva que Bela chegou a ser enterrado vestido com os trajes de vampiro.

Outros como Christopher Lee chegaram a fazem um verdadeiro PHD de vampiro, de tanto que interpretaram o papel, ele fez simplesmente sete filmes como o conde Drácula, de Vampiro da Noite (1958) até Os Ritos Satânicos de Drácula (1973). Detestava a imagem do vampiro, mas retornou ao papel em Conde Drácula (1970), Uma Dupla em Sinuca (1970) e Drácula, Pai e Filho (1977). Filmes de vampiros sempre foram um grande sucesso a exemplo de "Bram Stoker`s Dracula", (Copolla, 1992) ou "Entrevista com o Vampiro" (Neil Jordan, 1994). Não podemos esquecer também das várias séries de TV sobre o tema que pipocaram durante várias décadas.

Alguns anos após o término de uma cultuada série de TV sobre vampirismo conhecida como Dark Shadows, em 1971, apareceu um romance que retratava o vampiro tanto como herói trágico como anti-herói. Interview with a Vampire, de Anne Rice , publicado em 1976, faz uma apreciação altamente introspectiva da vida de um vampiro chamado Louis. A autora pinta um retrato macabro de uma pessoa altamente erudita e sensível que é atirada, sem saber , no fantasmagórico mundo dos vampiros. Louis é forçado a lidar com sua imortalidade enquanto procura algum sentido de identidade em sua existência de assassino movido a sangue.

Em 1980, para brindar as sessões da tarde criam-se diversas versões adolescentes e de terror explícito do mito do vampiro. A Hora do Espanto (1985) é a visão moderna do vampiro no sucesso que revigorou o gênero em plena década de 1980, com humor corrosivo, cenas escabrosas que abusam de sangue e gosma cenográficos e efeitos visuais espetaculares.

Cena de Drácula de Bram StokerOs anos 90 lideraram uma verdadeira explosão de interesse pelos vampiros. A revolução da TV a cabo e do vídeo cassete e posteriormente do DVD tornou acessíveis quase todos os numerosos filmes sobre o tema, muitos desses estavam inclusive fora de catálogo e foram relançados em formato digital. Uma torrente sem fim de romances vampíricos foi lançada. Um crescimento contínuo de romances sobre vampirismo em forma de seriados alcançou números sem precedentes para um único personagem do amplo universo do terror.

O aclamado Drácula de Bram Stoker (Copolla, 1992) traz uma adaptação fiel do livro de Bram Stoker, mostrando a busca do Conde Drácula pela reencarnação de sua amada. No século XV, um líder e guerreiro dos Cárpatos renega a Igreja quando esta se recusa a enterrar em solo sagrado a mulher que amava, pois ela se matou acreditando que ele estava morto. Assim, perambula através dos séculos como um morto-vivo e, ao contratar um advogado, descobre que a noiva deste é a reencarnação da sua amada. Deste modo, o deixa preso com suas "noivas" e vai para a Londres da Inglaterra vitoriana, no intuito de encontrar a mulher que sempre amou através dos séculos.

Cena de Entrevista com o Vampiro Entrevista com o Vampiro (1994), baseado no romance de Anne Rice é uma releitura do mito, carregada de ambigüidades sexuais. Em pleno século XX, um vampiro concede uma entrevista a um jovem repórter, contando como foi transformado em uma criatura das trevas pelo vampiro Lestat, na Nova Orleans do século XVIII. Uma curiosidade do filme é que Anne Rice ficou terrivelmente surpresa com a escolha de Tom Cruise para o papel de Lestat, entretanto ao ver a atuação de Cruise ela chegou a fazer um pedido de desculpas público em virtude do bom desempenho do ator.

Assim aparecem filmes como "Um drink no inferno" (1996, Tarantino) que teve continuações, e retrata vampiros como bestas assassinas e sedentas de sangue, num clima de roadie movie com terror escatológico.

'Blade - O Caçador de Vampiros (1998), surgiu baseado em um herói dos quadrinhos da Marvel, um ser metade humano e metade vampiro, movido pelo desejo de vingança contra aquele que o transformou nesse ser híbrido ao atacar sua mãe antes mesmo dele nascer. O filme rendeu mais uma seqüência, e a terceira parte está para estrear nos cinemas. O filme é violento e mostra vampiros brigando pelo poder como se fossem uma espécie de máfia, não faltam efeitos especiais, cenas de luta e parafernália eletrônica.

A Sombra do Vampiro No século XXI a moda dos vampiros permanece e ganhou até um folego extra. A Sombra do Vampiro (2000, Merhige), filme de ficção sobre os bastidores do clássico alemão, sugere que Schreck era um vampiro real contratado pelo diretor F.W. Murnau para dar maior realismo à história. Outro filme recente sobre o tema é Drácula 2000, de diretor Patrick Lussier, uma adaptação para os tempos atuais da clássica história do Conde Drácula. Em 2002 mais um livro de Anne Rice é adaptado para o cinema (mas sem o apuro da anterior), A Rainha dos Condenados (Rymer), baseado no terceiro livro de Rice sobre o tema, continua contando a história do vampiro Lestat, agora transformado em uma estrela do rock. Sua música acaba despertando a rainha de todos os vampiros, que tem por objetivo destruir a Terra. Para combatê-la, os demais vampiros imortais também despertam de seu sono. Recentemente foi lançado, Underworld (2003), um filme de vampiros com uma estética copiada da trilogia de ficção científica, Matrix, que mostra Vampiros e Lobisomens numa guerra sem fim, e como outros filmes do gênero já promete uma seqüência. Pelo visto o cinema é um campo bastante propício para o vampirismo.



Histórias em Quadrinhos:


Os vampiros retornaram nas HQs. Entre outros encontros, Drácula confrontou Batman em Chuva Rubra (1992) e o mascarado Zorro numa HQ de 1993. O livro de Stoker ganhou inúmeras adaptações em quadrinhos, incluindo álbuns do genial Guido Crepax. Blade o Caçador de Vampiros, a exemplo do que aconteceu com vários heróis dos quadrinhos, chegou as telas dos cinemas, e já promete a terceira seqüência em filme. Não podemos esquecer da importância hoje dos quadrinhos japoneses, os famosos mangás, neste gênero se destaca a presença de Vampire Princess Miyu e Vampire Hunter D. Produzido em 1988, "Vampire Princess Miyu" é uma série de quatro OVA's (disponíveis nos EUA), quatro volumes de quadrinhos (também disponíveis nos EUA) e seis histórias no fomato de rádio-novela, para CD (esses, só no Japão). Miyu é a vampira mais poderosa do mundo, sendo imune às armas tradicionais contra vampiros: cruz, alho, água benta e Sol. As histórias de Miyu apresentam um clima dramático e denso, sem contudo apelar para a violência explícita, tudo é muito sutil. O que impressiona na série é o forte apelo erótico sugerido apenas pelo olhar de Miyu e as mortes bastante cruéis dos Shimas. O roteiro é bem estruturando, renovando o tema vampiro de um maneira muito criativa.

A narrativa destes desenhos é feita por Kimiko, uma médium que não aparece nos mangás originais. Ela originariamente queria matar Miyu, mas convenceu-se de que as intenções da menina-vampiro não eram malignas. E surge uma estranha aliança entre ambas.

O autor de "Vampire Princess Miyu" é Narumi Kakinuchi. Nascido em Osaka, seu primeiro trabalho foi "Ideon Runaway" (Densetsu Kyo Shin Ideon). Outros trabalhos são as séries "Dangaioh", "Iczer" e "Vampire Yui", entre outros.

Quanto à Vampire Hunter D, é ambientado em um mundo futurista onde há uma nova Idade Média, Numa pequena vila, uma garota, Dóris, foi mordida por um vampiro. E não por qualquer vampiro. Pelo Conde Magnus Lee, que há séculos é o senhor daquele local. O conde pretende desposá-la. Mas Dóris não deseja se tornar uma vampira. E na cidade, lhe recusam ajuda, o merceeiro recusa-se mesmo a vender-lhe as mercadorias de que necessita. Falam em exilá-la para um antigo campo de párias, o que somente não fazem por medo: o Conde Magnus matou diversas pessoas da cidade da última vez que fizeram isso com uma das suas escolhidas. Dóris tem uma única esperança. D.

D é um caçador de vampiros. Deve ser bastante famoso, Dóris o encontra na estrada sabendo quem ele é, sem que nenhuma explicação seja dada. D é também um pouco mais que um caçador de vampiros.



Video Games


A saga de Drácula foi transportada para o universo dos games em Drácula: A Ressurreição e Drácula 2: O Último Santuário, aventuras em 3-D lançadas pela Infogames. O jogador assume o papel de Jonathan Harker e precisa desvendar enigmas, interagindo com dezenas de personagens.

Para algumas pessoas, isso vai além da mera simpatia pelo gênero para se tornar parte de um estilo de vida. Um exemplo disso está no cenário moderno da música gótica, no qual o gosto pelos vampiros e uma aparência vampírica estilizada são muito comuns.


Em resumo: Os vampiros são eternos.





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X Runner

Uma questão que sempre levantou acirrados debates nos círculos estudiosos é a de como a gênese vampírica se vincula ao mito de Caim e Abel. São vários os relatos míticos que tencionam descrever a autêntica origem da linhagem vampírica. Entre muitas culturas, a judaico-cristã também possui algumas versões, mas nenhuma delas está disponível nos textos canônicos. O mesmo processo que filtrou, eliminou e adulterou os documentos produzidos nos meios pré-cristão e cristão primitivo, de tal modo a autorizar os dogmas e doutrinas da ortodoxia católica, também purgou qualquer menção explícita aos vampiros nas narrativas bíblicas. Muito embora a intenção e o empenho da igreja católica fosse o de destruir todos os livros que, de alguma forma, contradissessem a sua compilação diretamente “inspirada” pelo espírito santo, alguns lograram sobreviver e hoje são conhecidos como apócrifos ou escritos proibidos. É num raro e reduzido grupo destes que encontramos os únicos relatos remanescentes sobre vampiros dentro da cultura bíblica. Recentemente a pretensa antiguidade de um livro deste grupo foi negada; estudos históricos e análise de estilo dataram o surgimento do original por volta do século XI. Neste manuscrito, Caim é posto propositalmente como o antepassado mais remoto da linhagem. O intuito disfarçado na elaboração deste livro é compor mais um elemento para a cortina de fumaça que encobre as intenções filosóficas originais das passagens bíblicas. Sendo assim, não merece uma consideração maior.



Meu interesse se volta mais para uma certa versão gnóstica do Livro do Gênese. Esse texto, em sua transcrição copta, foi preservado por uma seita gnóstica cristã minoritária chamada “astanfitas”, pertencente ao mesmo braço herético responsável pelos “ofitas” e “caimitas”. Devido ao número extremamente reduzido de seguidores, esta seita pôde passar incógnita até proximamente o século IX, quanto foi cruel e sigilosamente exterminada nos alvores da inquisição. Antes de assumir suas feições gnósticas, ela fazia parte das dissidências judaicas do período pré-cristão. Surgiu como uma resposta heterodoxa à outra seita cismática que marcou essa época com seu fundamentalismo austero: os essênios. Estes se referiam aos astanfitas como os inimigos da verdade, um título que eles não rejeitavam de todo; já que, revelando notável concordância com os filósofos céticos, pregavam que a certeza é um engano, a dúvida é fundamental; a mente sem ilusão não tem certeza, a inteligência honesta duvida. Mais tarde, resumiriam: “Toda gnose possível é dúvida rigorosa”. A princípio parece um total niilismo e um profundo pessimismo; mas; para eles; uma conduta moral somente poderia ser construída sobre a dúvida alcançada a duras penas. O homem moralmente apto é aquele que pode se responsabilizar por seus atos e um ato é responsável desde que tenha sido executado por livre opção. Contudo, não há o que decidir se a certeza já nos é dada pela verdade. E optar pelo errado não é uma atitude livre, é apenas uma louca inconseqüência. Logo, é legítima somente a decisão que for pautada numa dúvida muito bem estabelecida, pois apenas ela nos provê de opções, a verdade elimina todas. Assim, chegam a um certo humanismo moral, onde desprezam a verdade revelada que tira do homem a responsabilidade por seus atos. A verdade, diziam os astanfitas, produz apenas dois tipos de homens; os imbecis irresponsáveis e os loucos inconseqüentes.



Depois do desaparecimento dos astanfitas, demorou quatro séculos para que surgisse indícios da sobrevivência de algo dos seus manuscritos. Então, na península ibérica, começou a circular, entre os cabalistas, exemplares de textos nitidamente astanfitas vertidos para o árabe. Inafortunamente, nenhuma dessas obras escapou completa do fogo da inquisição, tudo o que nos restou foram poucos fragmentos dispersos, insuficientes para dar idéia geral sobre o que tratava o texto integral do qual provinham. Comentários, inserções e indicações nos tratados de alquimia e cabala do período, quando não são sucintos em demasia, são herméticos em excesso ou propositalmente evasivos.

Após esse breve aparecimento, só no século XX o interesse na gnose astanfita veio a se reacender através de novos e sensacionais achados. Sintomaticamente, duas das mais importantes coletâneas de textos gnósticos vieram à luz em datas quase concomitantes na década de quarenta. Em dezembro de 1945, foram encontrados, num complexo de cavernas no alto Egito, os famosos “manuscritos de Nag Hammadi” que, após superarem mais de trinta anos entraves de todo tipo, puderam contar uma estória diferente do início do cristianismo.

Em março de 1946, foi a vez dos menos conhecidos “manuscritos astanfitas de Hagia Sophia”. Tendo um percurso tão mirabolante e mais antigo que o da primeira descoberta, sua estória começa quando um colecionador, em 1935, doou à igreja de Hagia Sophia, recém transformada em museu, um maço de pergaminhos aos quais não se deu muita importância, pois se tratava na maior parte de homilias e sermões de padres ortodoxos que oficiavam na basílica entre os séculos XIII e XV. Durante mais de dez anos ficaram preteridos no depósito, quando finalmente foi feito um exaustivo trabalho de recuperação, em que as folhas grudadas pelo mofo e umidade foram separadas cuidadosamente uma a uma. Entremeado aos textos eclesiais, encontrou-se um códice em copta com datação mais remota que o restante do material. Era uma legítima compilação astanfita feita provavelmente no quinto ou sexto século.

Quando soube do achado, o colecionador confessou ter adquirido o maço, junto com diversos outros artefatos egípcios, de um ladrão de túmulos no Cairo, pouco antes da primeira guerra. Este lhe contou que os papéis lhe foram passado numa transação arriscada feita com um receptador de Istambul, mas que, antes dele, estiveram em posse de um padre da igreja ortodoxa que, por sua vez, os haviam recebido em confiança de um operário que trabalhou na recuperação de Hagia Sophia após o terremoto de 1894. O vício em ópio, além de outros prazeres mais caros, levou o sacerdote a negociar os documentos com o comerciante desonesto em troca de algum dinheiro que lhe suprisse, pelo menos por uns dias, suas necessidades mais prementes.

Ao que parece, vários dos manuscritos ficaram por muito tempo resguardados da sanha dos inquisidores em recônditos obscuros dentro da sólida construção de Hagia Sophia, sob a custódia de alguns padres simpatizantes ou simplesmente tolerantes da heresia astanfita. Também há rumores de que o faziam em respeito aos projetistas do edifício: o matemático Anthemius de Tralles e o arquiteto Isidorus de Miletus; estes sim – sustentam certas fontes – eram astanfitas praticantes, fato que mantiveram em segredo durante toda vida por razões óbvias. Sobre isso nada podemos afirmar. Seja como for, o encargo foi passado dentro de um círculo restrito de padres, geração a geração. Até que a tomada de Constantinopla pelos turcos no século XV obrigou os padres a esconder, apressadamente, seus livros e documentos em recintos selados, para que não ficassem ao alcance dos pagãos e fossem destruídos. No meio dessas pilhas de papéis ordinários, os manuscritos astanfitas foram inseridos sorrateiramente sem que os outros padres incumbidos da tarefa suspeitassem. A esperança era que logo os invasores seriam expulsos e os documentos novamente recuperados. Tais expectativas não se cumpriram e a basílica não só permaneceu em domínio turco como foi feita mesquita imperial pelo conquistador, o Sultão Mehmet. E assim foram esquecidos por mais de cinco séculos; quando, então, um terremoto abriu uma das câmaras secretas expondo seu conteúdo. A abertura foi descoberta primeiramente por um dos operários que vieram trabalhar na restauração da igreja. Visando obter algum lucro no comércio ilegal de antiguidades, ele extraviou uns poucos pacotes de escritos, enquanto pode manter oculta a passagem para a cela. Quando, no canteiro de obra, começaram a desconfiar de seus estranhos pacotes, supondo que logo seria despedido, lacrou de vez a passagem, pensando poder voltar assim que a situação fosse esquecida. Nesse meio tempo, deixou seu espólio sob guarda de um padre que era seu conhecido para não levantar suspeitas. Seu azar foi que o tal padre não tinha uma vida tão devota e estava sempre desesperado em busca de dinheiro para sustentá-la. Logo, não demorou muito para cair na tentação e vender todos os pacotes no mercado negro de itens antigos. Ele não poderia imaginar o quanto antigos eram os documentos e que valiam bem mais que as garrafas de absinto e a noite de satisfação carnal. Contudo, não tardou para que todos os seus problemas fossem definitivamente resolvidos; o operário, ao saber que mais nada restava, apunhalou o padre e fugiu. A sorte do fugitivo não melhorou, o padre tinha irmãos menos tementes a deus, que o emboscaram e mataram alguns dias depois.

Depois do relato feito pelo colecionador, começou-se as buscas pela cela secreta e ela foi encontrada. Passou-se, então, ao tedioso trabalho de recuperação e, no seu decorrer, outros textos astanfitas foram surgindo paulatinamente. Entre eles, algumas preciosidades como um evangelho desconhecido e que nem mesmo estava presente na biblioteca de Nag Hammadi. Enigmaticamente, em sua primeira linha lê-se: “Estes são os relatos feitos por Lásarus, o primeiro vivo, sobre Jesus, o segundo vivo”. Outros são conhecidos por Nag Hammadi ou outras fontes, mas designam autores diferentes. É o caso de certos livros, cuja autoria sempre foi dada a João, que aparecem atribuídos a Lásarus, o primeiro vivo. Esse Lásarus evangelista, discípulo e depois mestre de Jesus confunde os pesquisadores imensamente. Nos evangelhos canônicos, ele é apenas o rapaz ressuscitado, irmão de Marta e Maria. Talvez “primeiro vivo” derive do fato de ter precedido Jesus na ressurreição do corpo. O seu evangelho astanfita diz explicitamente isso, mas também revela que a ressurreição foi apenas aparente; já que, efetivamente, eles jamais chegaram a morrer. Nos seus termos:


“A ressurreição só é possível enquanto ainda não sobreveio a morte física. O fruto da arvore da vida é para ser comido pela carne e quem assim o saborear ressuscita e passa a ser um ‘vivo’ como Jesus e, antes dele, Lásarus”.


Tudo isso é muito interessante, todavia estamos nos desviando de nosso tema. Haverá outras ocasiões propícias para retomarmos a esse assunto instigante. No momento, devemos nos ater a uma obra magnífica e sem precedentes revelada entre os manuscritos de Hagia Sophia. Nunca houve qualquer citação sobre ela, tudo que lhe dissesse respeito foi sumariamente destruído. Parece que até mesmo os monges de Nag Hammadi a rejeitaram ou a desconheciam. Nem os detratores da heresia gnóstica que existiram dentro da patrística – normalmente os responsáveis por sobreviver alguma memória dos textos que atacavam e, por paradoxal que pareça, sem eles a existência de certas concepções não ortodoxas seriam completamente varridas da História – ousaram mencioná-la uma vez que fosse. Era como jamais tivesse sido escrita até as descobertas de Hagia Sophia. Talvez os padres da igreja tenham pensado que era mais sensato e prudente omitir comentários e não chamar atenção sobre ela, deixá-la obscura e restrita como estava, não deviam salientar qualquer aspecto de seu conteúdo, até tachá-la de apostasia imperdoável seria conceder-lhe uma importância perigosa. Neste caso, julgaram que o melhor era calar e proceder, sem aviso e demora, uma devassa permanente para busca e apreensão de todas as cópias que surgissem, as quais seriam lançadas ao fogo de imediato. Felizmente, os astanfitas eram poucos e astutos, não se revelavam com facilidade e suas condutas não os denunciavam. Além de tudo, eram muito estimados, pois se destacavam em diversas das artes e ciências da época, inclusive assumiam posto de responsabilidade dentro do império e, mais tarde, na própria igreja. Graças a essas providenciais peculiaridades, um pergaminho contendo uma inspirada versão alternativa do gênese bíblico chegou aos nossos tempos.

Os historiadores catalogaram esse códice com o título de “O Livro de Astanfeus”, já que Astanfeus, um dos sete anjos da criação, é o protagonista da trama narrada no manuscrito. A sua epopéia inicia-se precisamente no trecho bíblico encontrado em gênesis 3:22 nas bíblias atuais e relata sua contenda com Iaodabaoth, outro anjo da criação; metáfora para o conflito eterno entre liberdade e tirania. O sentimento filantrópico nutrido por Astanfeus o levará a defender o homem contra os desmandos megalômanos de Iaodabaoth. Sua interferência se faz, a princípio, através de Eva, pois só ela lhe podia ouvir, isto porque a sensibilidade de Adão foi totalmente embotada pelo domínio que Iaodabaoth exerce sobre a aparência. Astanfeus passa, então, a incentivá-la para que compartilhe com seu parceiro o fruto interdito do conhecimento do bem e do mal, assegurando-lhe que não iriam morrer como sentenciou o anjo que lhes dizia ser um deus único. E, além disso, seus olhos se abririam, o que os tornaria iguais aos anjos. Sua investida surtiu efeito e o fruto foi consumido, o que desagradou profundamente Iaodabaoth, fazendo-o exigir a expulsão do casal humano do éden, para evitar que também usufruíssem da árvore da vida. Todavia, sua moção não foi acatada pelos outros seis anjos da criação; os elohim, o próprio Astanfeus sendo um deles. Enfurecido, Iaodabaoth se volta contra os humanos, persuadindo-os de que nada havia mudado; continuavam a ser as mesmas criaturas indefesas de antes, só que agora estavam eternamente marcadas pelo pecado da desobediência e da soberba de desejarem ser deuses, tornando mister que sofressem uma severa punição: o exílio.

Prefigurando uma notável ingenuidade, eles aceitam as manobras ladinas do anjo contrariado em seu amor próprio. É voluntariamente que se submetem e se humilham a um poder que já não possuía controle sobre seus destinos. E por que fizeram isso? Qual a razão de tal disparate? O texto delata uma cumplicidade tácita entre os dois lados dessa relação de poder. Evidencia que os pais da humanidade não foram enganados, nem poderiam ser; o fruto do conhecimento havia lhes concedido clareza de espírito suficiente para flagrar qualquer tentativa de logro. O que choca é concluir com o autor que eles deliberadamente se deixaram enganar. E isso não é a mesma coisa, está muito longe de ser. Inadvertidamente, usa-se um conceito pelo outro sem considerar a inversão que ocorre entre agente e paciente do dolo. O logrado aqui, no fim das contas, é Iaodabaoth que tomou como sincera a crença depositada em suas palavras.

A que leva e qual a motivação desse estranho jogo de interesse? Depois que conheceram o bem e o mal, Adão e Eva se encontram numa situação semelhante a que passaram antes de comer o fruto. Na ocasião, nada havia que lhes desse certeza de qual dos dois anjos estava certo e, sendo honestos consigo mesmos, esse ponto ainda permanecia incerto; já que Iaodabaoth sentenciou que morreriam, mas não disse quando. Mesmo assim, tomaram uma decisão e declinaram em favor de Astanfeus. Comido o pomo da discórdia, descobriram que o esclarecimento não lhes trouxe a verdade, nem resolveu inteiramente o certo do errado; o que fez foi refinar, de modo extraordinário, a dúvida; paradoxalmente tornando-a algo líquido e certo. O bem e o mal se confundem, se mesclam, permutam incessantemente, variam de acordo com as circunstâncias, são recíprocos de uma mesma inteireza, um consubstancia o outro, entre eles há uma mútua afirmação e uma alternância cíclica de feições. Nessa dança interminável, as alternativas estarão sempre sendo geradas, as escolhas irão se sucedendo a cada passo. O primeiro casal humano percebeu, aturdido, que não lhe seria exigido apenas mais uma decisão; encadeadas a esta viriam várias, uma após outra até o fim da vida que pudessem ter. Vislumbraram uma existência repleta de livres opções e responsabilidade por cada ato. Se a primeira decisão não havia sido fácil, imagine enfrentar isso a todo momento e para sempre. Diante de Eva, Adão pondera:


– De que nos adiantou ter os olhos abertos, enxergamos em detalhes e minúcias o que antes era plano e compacto, abandonamos uma imagem simples e imediata de tudo que era exterior a nós por uma complexa compreensão que não delimita fronteira entre o dentro e o fora. Agora, podemos antecipar que nosso futuro não está previsto, são muitas as possibilidades e nenhuma garantia é possível; o dia seguinte se tornou uma bela esperança. Essa liberdade exasperante que devemos exercer cotidianamente nos será cobrada com mais e mais necessidades. Quanto mais se amplia a potência de nossos atos, mais aumenta nossa responsabilidade pelas conseqüências. A partir do fruto, se não assumirmos e suportarmos esse peso, não nos consideraremos dignos, nem razoáveis. Perdemos totalmente a capacidade de acreditar no quer que seja, sempre conseguiremos ver outras alternativas e, então, fazer mais uma escolha será inevitável, como a responsabilidade dela decorrente. Nunca escaparemos desse destino repleto de opções angustiantes, sempre seremos levados a tomar decisões cruciais e dolorosas. E tudo isso, toda essa demanda valerá a pena? Qual recompensa receberemos pelo extremo esforço? Também sobre isso nada é certo. Nosso discernimento recém adquirido não sustenta um só sentimento de segurança.


– Talvez, Eva, fosse melhor para nós devolver esse dom ingrato. Voltar a fechar os olhos como antes e esquecer tudo que vimos. Apaguemos de vez essa clareza de espírito. Se nos recusarmos a usá-la, ela deve desaparecer com o tempo. Com isso, a jogaremos no olvido junto com todo o resto. Façamos, Eva, com que nossa segunda decisão seja a última. Na primeira, eu te segui e demos ouvidos à serpente; eis que este é o momento de tu me seguires e ficarmos ao lado do Senhor Nosso Deus. A dádiva do fruto que nos trouxe infortúnio também nos mostra a alternativa para escaparmos dele. Argúcia e inteligência não nos convêm, nada mais que sofridos dilemas advirão deles. Como criaturas estúpidas, poderemos voltar a crer em Deus e ficaremos despreocupados em Seu regaço, livres de qualquer responsabilidade.

Eva se deixa convencer e capitula diante de Iaodabaoth para acompanhar Adão no desterro. Aceitam de bom grado o injustificado sentimento de culpa que o demiurgo lançou sobre eles. E obedecem cabisbaixos a ordem para que abandonem o éden e se confinem numa distante caverna nas terras ocidentais.

Nesta escura caverna, Eva gesta e dá luz a Caim (aquele que possui a si mesmo) e Luluva, as metades máscula e feminil do primeiro filho do homem, cuja fecundação se deu no meio do éden em pleno efeito do fruto do conhecimento. Já Abel (vaidade) e Aclia foram fecundados na clausura e no alheamento. Assim, no tempo das origens, o humano nascia, na aparência, com suas partes masculina e feminina separadas em irmãos gêmeos, destinados a se religarem no enlace sexual e recompor o hermafrodita primordial. Entretanto, isso jamais esteve nos planos de Iaodabaoth, pois a imagem humana dividida em dois sexos foi propositalmente concebida por ele, um premeditado arranjo para tornar o homem mais vulnerável ao seu aliciamento. Então, para impedir que a reunião se consumasse, convence Adão e Eva de que os casais deveriam ser prometidos trocados.

Caim e luluva crescem inconformados com a situação injusta a que seus pais estavam sujeitos. Chegaram cedo à convicção de que não precisavam, nem deveriam, adorar Iaodabaoth como deus único. Logo perceberam que era uma entidade insidiosa e com um hipertrofiado conceito de si mesmo, apenas preocupada em alimentar uma vaidade insana. Contrariando Adão e Eva, recusaram-se a louvá-lo, repudiaram seus caprichos, não aceitaram a condição de servos tementes, pois sabiam que ele dependia da anuência de suas vítimas para tocá-las. Mesmo com as imprecações ouvidas de seus genitores, viviam fora da caverna em peremptória e intencional ignorância às determinações do deus de seus pais. Mas não só deles, também seus irmãos Abel e Aclia se converteram em fiéis seguidores e condenavam o modo de vida que adotaram, que consistia em explorar as extensões dos campos ao redor, coletando vegetais e frutas, aprendendo os mecanismos da natureza. Despertaram suas mentes para o céu e o passar do tempo. Descobriram padrões e correlações, intuíram leis benéficas no crescimento dos vegetais, aprenderam técnicas de sobrevivência com os animais. E tudo isso os levou às artes e às ciências. Enquanto seus irmãos enveredaram por outros caminhos; confinaram os animais fora de seus habitats, cevando-os para abate, impondo-lhes ritmos de vida artificiais.

Os fragmentos em árabe deste texto que foram preservados apresentam pequenas discordâncias, em relação ao pergaminho astanfita, quanto à descrição de como foi efetuada a oferenda de Caim e Luluva. No códice, nem mesmo há oferenda, eles se recusam terminantemente em prestar qualquer homenagem àquele deus que tanto desprezavam. Nas versões em árabe até encetam a oblação, cedendo às suplicas dos pais, contudo o desfecho dado vai se modificando nitidamente em cada fragmento. Em exemplares mais tardios, a oferta é mínima, suficiente para não ofender um certo senso de desperdício que não conseguiram negligenciar; enquanto nos de datação mais remota, foram mais radicais e, desistindo na última hora, retiram tudo, ignorando peremptoriamente os apelos e admoestações dos pais e dos irmãos.

Não importa o quanto essa atitude foi minimizada nas versões árabes, a ira despertada em Iaodabaoth é irretocável. Não podendo atingi-los diretamente, nutre a vaidade de Abel e fomenta nele uma crescente desconfiança contra o irmão. E conduz a intriga num estilo que em muito antecipa o Iago no Othelo de Shakespeare:


– Abel, tu bem sabes que te amo tanto quanto a teus pais, que tuas oferendas me são agradáveis e as recebo com júbilo. Tu mereces toda minha deferência, mas teu irmão é o oposto de ti, rejeitou a verdade que te dei de bom grado e enfrenta a dúvida e a incerteza a cada dia. Ele não ouve as súplicas de teus pais e me odeia por puro orgulho, nada fiz contra ele para justificar essa má vontade e não retribuo o mesmo sentimento. Nunca neguei a ele o justo poder que permito a ti que exerças sobre a natureza, através dos animais que criei para te servir e aplacar tua fome. Mas não, por birra, ele prefere se sujeitar aos caprichos da natureza para se alimentar de vegetais ao invés de reinar sobre ela. Fiz-te forte e robusto por meio do que comes, enquanto ele ficou fraco e frágil devido ao seu alimento pobre; não é como um homem deveria ser; o vigor sanguíneo de teu rosto não se compara à tez pálida de teu irmão. A jovial beleza que possuis contrasta com a sobriedade pedante desse primogênito arredio. Talvez eu espere demais de quem é fruto do pecado de teus pais, que foi gerado na desobediência de minhas leis. Muito diferente és tu; filho do amor puro e casto, vieste à luz graças ao enlace que perante mim foi consagrado e comprometido. Bem-aventurado, então, foi teu nascimento e eu o abençoei e permaneci ao teu lado todos os dias de tua vida e jamais te abandonarei. Porém, teu irmão sempre se afastou de minha presença, seduzido por palavras evocativas e sibilinas repudiou minha guarda e proteção. Mesmo se impondo por arrogância, não pode esconder que seu desejo mais profundo é, na verdade, usufruir a intimidade que compartilhamos. Todo o desdém é dissimulado; apesar das recusas enfáticas, ambiciona secretamente todas as dádivas que te concedi. E assim, porque me importo com tua segurança, alerto-te para que te acauteles contra teu irmão. Porque me amas, logo Caim passará a te odiar como odeia a mim. Ele, agora, está enfurecido e rebelou-se totalmente contra meus desígnios. Aviso-te para que saibas: ele inveja-te mais do que nunca depois que te favoreci; reluta em aceitar minha decisão de fazer tua prometida a mais bela das irmãs. A obsessão por Luluva o está consumindo e há intenções hostis em seus gestos. És o predileto de teu Deus e não quero que sofras pelos atos de teu irmão, portanto previna-se contra a violência que ele poderá perpetrar. Tu conheces a morte, a tens provocado com tuas próprias mãos. O que ainda não te dei a conhecer é que não só os animais morrem; no exílio, também o homem morre. Ciente disto, tu perceberás que, em certos momentos, devemos nos antecipar ao mal para que ele não prevaleça.

Bem, o que se seguiu a isso é fácil prever. Abel, temendo a morte nas mãos de Caim, se antecipa e tenta matar o irmão usando seu instrumento de trabalho, ao que ele se defende por puro instinto de sobrevivência e ambos vão ao solo. Não conseguindo conter a fúria do irmão e no afã de o fazer parar, Caim reage reflexamente e desfere um golpe na cabeça de Abel com o que, no momento, estava mais ao alcance de sua mão; uma pedra. Abel tomba para o lado, mortalmente ferido, agoniza e morre. Caim se levanta atônito diante de uma visão que não pôde conciliar; olha o corpo inerte e sanguinolento e não reconhece, nele, seu irmão. Ele havia desencadeado um processo que, de um instante para outro, transformou algo vivo numa massa bruta e sem identidade. Sentia que era uma situação muito grave e, talvez, irreparável. Mas, transtornado, não queria pensar que fosse assim, freneticamente buscava em sua imaginação meios que pudesse reverter os fatos. A lembrança mais reconfortante que lhe ocorreu foi das sementes germinando do solo. Coisas inertes postas sob a terra úmida brotavam para a vida. O mesmo poderia suceder se, literalmente, plantasse aquilo que fora seu irmão. Com esse pensamento, cavou desarvoradamente o solo e na cova acomodou o cadáver, cobrindo-o com a terra solta. Contudo, não se tranqüilizou, sabia: algumas sementes não germinam. Apesar da dúvida, decidiu que nada mais poderia fazer senão esperar. Foi quando ouviu a voz que vem em silêncio lhe inquirir:



– Caim, onde está Abel, teu irmão?

– E logo tu, que deverias saber, me perguntas?



Lógico que sabia; Iaodabaoth perguntava apenas por intimidação. E, ainda a pouco, estivera com os Elohim pedindo para que intercedessem por Abel; primeiro, que lhe restituíssem a vida e segundo, que punissem severamente Caim por seu crime inominável. Ao primeiro disseram: “Há limites a todo poder: a vida é como a água que derrama do vaso partido no solo seco; é possível restaurar o vaso, mas a mesma água não poderá ser reposta”. Ao segundo deliberam que qualquer pena seria injusta: “Posto que nem Caim, nem Abel podem ser responsabilizados pelos seus atos; pois ambos foram privados de opção: A Caim, o ímpeto de sobreviver tirou todas e a Abel, tu não deixaste nenhuma”.

Porém, de nada disso tinha conhecimento Caim e prosseguiu afrontando o demiurgo em seu total estado de transtorno:


– Por certo, não és tu o guardião de meu irmão? Não era teu o compromisso de o proteger de todo mal? Pois, não o protegeste contra mim e agora jaz sob o solo que piso. Minha esperança é que a terra que dá vida ao trigo o faça renascer. Então, por que não mostras o quanto és poderoso e lhe devolves a vida que tirei?

Caim só tentava mais uma solução desesperada para seu drama pessoal, todavia Iaodabaoth encarou aquilo como um desafio; fora profundamente atingido em seu orgulho, não poderia deixar que uma criatura tão inferior o desacatasse assim. Movido pela arrogância e o despeito, Iaodabaoth comete a mais hedionda das ofensas à vida; desrespeita a morte e macula a inocência de um cadáver ao tocá-lo para reanimar seus membros. Tal intenção desnaturaliza sua existência e o torna um elemento estranho para a terra que o acolhe. E, então, num espasmo, ela expele o corpo de Abel de volta a superfície. Perplexo, Caim tem novamente o irmão morto diante de si. Intrigado levanta os olhos e interroga seu interlocutor divino:



– O que estás fazendo, queres brincar com a minha inquietação?

– Não, apenas estou respondendo ao teu desafio e pondo a prova tua descrença.

– Mas ele não se move, ainda o sinto morto. Nada fizeste senão desfazer meu trabalho.
Oh, deixa-nos em paz e volta para tuas alturas.



Caim voltou a enterrar Abel na mesma cova e, de novo, o solo fértil recusou-se a recebê-lo em seu seio. Por três vezes Caim tentou devolver o irmão ao úmido útero da terra; ela, entretanto, em todas as tentativas o lançou fora. Na terceira, toda a criação é violada; os olhos de Abel se abrem e o irmão vivo fica mortificado. Nada mudou, é a mesma massa bruta despersonalizada, algo tão apavorante quanto uma pedra que abrisse, de repente, olhos que nunca tivera. O coração de Caim gela quando o irmão, que ainda sente morto, lhe pede, numa voz sumida, para levantá-lo dali, afastá-lo da terra calcinante que queima dolorosamente suas costas. Caim atende e ao erguê-lo percebe que a pele dele está cheia de ulcerações. De pé, Abel começa a se recompor, lança um olhar desvairado para o irmão e diz em tom de contrito lamento: “Tenho fome, muita fome, tanta fome que não penso em mais nada senão em satisfazê-la”. Dito isso, sai, sem aviso, correndo a esmo entre os arbustos até avistar uma presa; num rompante, salta sobre ela e a captura. Com uma expressão de extasiado deleite, mostra o desafortunado animal ao irmão, aperta-o sofregamente entre as mãos e crava os dentes em seu pescoço; em vão ele se contorce e guincha, mas seu sangue jorra e é sorvido avidamente pela boca crispada. Terminado, a carcaça totalmente exaurida de seus fluídos é largada ao chão como um bagaço de fruta chupada. Ato contínuo, o corpo revivo de Abel entra num frenesi convulsionado e, quando cessa, vasculha freneticamente ao redor, ansiando por mais. Assim, se põe a cata de novas vítimas e afasta-se rapidamente do irmão. Caim, terrificado, não tem coragem de ir atrás dele e o deixa à sua sorte. Já presenciara vários predadores em caça, porém nada visto era comparável ao que acabara de assistir, algo excessivamente doentio passara a habitar o corpo de Abel.

Sem alternativa, outra vez volta-se para a voz desincorporada e indaga sobre o que era aquilo:



– O que fizeste ao meu irmão? Não foi vida que lhe reenviaste, mas apenas movimento ao corpo.
Ele é um morto que aparenta estar vivo.
Algo medonho e abominável criado por mero capricho.

– Como ousas julgar minhas ações. Os meus motivos estão muito além do teu entendimento.
Antes de eu criar a vida de aparência, tu criaste a morte de fato.
Somos cúmplices nesse horror que se espalhará pela terra.
A descendência de Abel proliferará entre os homens, enquanto a tua será apartada da humanidade, proscrita do convívio de seus próprios semelhantes, rechaçada onde quer que vá.

– Como tua maldição poderá se cumprir?
 Como conseguirão distinguir minha descendência das demais?

– Há uma marca indelével em ti que passarás, inapelavelmente, para todos de tua linhagem.

– Eu não tenho marca alguma e não deixarei que me marques como Abel marcava seus animais!

– Não preciso marcar a ti.
Será na humanidade que infundirei a minha marca, um selo que não poderás, nem desejarás, simular. Deste modo, tu e tua descendência é que estarão marcados, justo por não possuírem marca alguma.



Iaodabaoth, imprudentemente, havia reconstituído o vaso: mas um vazamento permaneceu e toda a água nele posta não seria contida por muito tempo. O demiurgo deu a luz a um ser desviante, vazio de vida. Partejou um aborto da natureza que sobreviverá absorvendo a vida de outros. O que é bem diferente dos seres naturais que consomem a matéria para alimentar a vida que lhes é própria.

Bem, é isso. Já me estendi demais nesta resenha. É o que basta para apresentar a gênese mística dos vampiros dentro de uma perspectiva de origem judaica, como havia proposto. E se você achar tudo isso surpreendente demais, lembre-se que a história é escrita pelos vencedores. Quanto aos que insistem na prosaica pergunta: “Então, está é a verdade?”; responderei como faziam os astanfitas: “Não, apenas faz mais sentido!”.










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Mr.Yoshi


Após a leitura dos ensaios anteriores, o novato Vampiro já deve ter compreendido muito do considero como “teoria básica” para entender como o Vampirismo de fato funciona, ou melhor, compreender os mecanismos que estão por trás de tão obscura arte. Vamos passar agora a uma análise ainda teórica do que envolve a prática do Vampirismo e o desenvolvimento dos poderes relacionados ao Vampiro.



Como já dito, existe a condição de Vampirismo, ou seja, aquela advinda com a nascença em que o organismo não consegue através da alimentação costumeira obter toda a vitalidade que necessita, tendo tal organismo a capacidade de obter energia vital de outros meios, os mais comuns através do psiquismo.


Existe ainda aqueles que decidem por torna-se Vampiros, ou seja, por vontade e não por necessidade, desejam praticar o Vampirismo, a arte da tomada de energia vital de outras pessoas para seus mais variados fins.

Tendo entendido o que é a Energia Vital, noções básicas de como funciona nossa psique e o que basicamente é o Vampirismo, vamos compreende-lo agora sob tal ponto de vista teórico o porque alguém desejaria praticar Vampirismo por vontade e não necessidade, o que está por trás do Vampirismo e também de forma breve sobre o desenvolvimento dos poderes do Vampiro Tradicional.





Vampirismo é a tomada de energia vital de um ser em prol do Vampiro,
básico e o aluno já sabe disso.



Já tendo lido os ensaios anteriores (que é de vital importância para entender o que segue), o novato já deve ter entendido portanto que o Vampirismo nada mais é do que uma das disciplinas ligadas a Manipulação de Energia, é um modo de manipular a energia. Portanto Vampirismo nada mais passa que um tipo refinado de Manipulação de Energia para um fim próprio.

Logo é claro que para o novato possa desenvolver o Vampirismo, ou seja a capacidade de drenar a energia vital de outras pessoas, este tem que aprender antes de mais nada a manipular energia.

Manipular Energia não vai lhe trazer apenas o benefício do Vampirismo, mas também lhe abrirá as portas para todo um leque de habilidades e poderes oriundos de tal prática, como a manipulação de pessoas e sentimentos, telepatia, empatia, dentre outros.

Aqui alertamos que o novato deve ter calma, pois gradualmente iremos junto com o leitor desenvolvendo tais habilidades, dando sua explicação teórica e práticas que irão auxilia-lo a controlar tal poder.

Manipulação de Energia, ao menos da Energia Vital, que é a que nos interessa se dá através do uso da Psique (já analisada em capítulos anteriores), ou seja pela canalização da vontade através da visualização (ou através dos sentidos da alma). Portanto, aprender a manipular energia envolve também entender os processos da psique e desenvolver seu potencial latente, ou seja, despertar seus sentidos, inabilitados na maioria dos humanos, para que assim possamos usar os poderes oriundos da psique e manipularmos energia.

Despertando nossas capacidades psíquicas e aprendendo a manipularmos energia temos um maravilhoso mundo novo.

Vampirismo é manipular a energia vital do outro para que venha até nós, é efetuar a drenagem ou alimentação dos Vampiros. Do mesmo modo podemos enviar energia a outros, para ceder-lhes vitalidade e força, ou ajudar em processos curativos (ou usa-los em nós mesmos). Podemos ainda usar a energia para criar “efeitos” como o já narrado da dor de cabeça. Podemos enviar energia com “comandos” para que nossa vontade ganhe a vida nela contida e ocorra de fato.

O centro portanto de nosso desenvolvimento envolve a evolução constante de nossos sentidos astrais (psíquicos), bem como na manipulação de energia.

Acredito que com a bagagem teórica aprendida ao longo dessas páginas, estamos aptos a começar a prática em si.









 
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Mr.Yoshi


Após enfocar aquilo que considero como uma teoria básica que servirá como base e pilar teórico para o novato Vampiro, vamos para mais um tópico essencial para o entendimento do Vampirismo e também para compreensão das muitas habilidade e poderes mágicos dos Vampiros, tal compreensão tem haver com a Manipulação de Energia.


Manipular Energia como o nome mesmo diz é utilizar a energia da forma que desejarmos, manipula-la no molde que assim o quisermos.

Existem vários tipos de energia no mundo. Energia Elétrica, Energia Mecânica, Energia Magnética, etcs e etcs.

Não vamos aternos a estes tipos de energia, embora importantes não fazem respeito ao nosso estudo.

Já tratamos aqui de forma básica daquilo que chamamos de Energia Vital, ou a Energia da Vida, dedicando um capitulo inteiro à ela.




Antes de mais nada é importante frisar, que algumas escolas e entendimentos fazem uma diferenciação daquilo que iremos tratar. Algumas dizem que a Energia Vital é diferente do que chamam de Energia Psy.

Energia Psy, ou energia psíonica, seria energia gerada pela mente (psique), por nossos pensamentos e emoções.

Ao pensarmos algo estaríamos gerando Energia Psy. A força de tal energia dependeria da força de tal pensamento, o que envolve concentração, tempo de duração etcs.

Diferem da Energia Vital, pois esta serviria apenas como Energia da Vida, ou seja alimentam o ser com Vida e Vitalidade, sendo algo puro, diferente do que são os pensamentos e emoções. Deixo a critério do aluno adotar ou não a separação que acima fazem.

No meu entendimento até então, ambos podem até não ser a mesma coisa, no entanto não há necessidade de divagações para separa-los, pois um invariavelmente provoca efeitos no outro.

Ao pensarmos ou sentirmos estando dando vida a sentimentos e pensamentos, estamos inevitavelmente dando força a algo psíquico, o que de fato consome algum tipo de vitalidade de nós. Tanto que quanto mais atenção, ou quanto mais de nossas vida gastamos pensando em algo (ou seja quanto mais gastamos de nossa vitalidade para trazer algo a nossa psique), mais forte essa coisa parece ser.

Além disso a uma correlação importante, ao manipular energia você sentirá de fato um esgotamento, uma espécie de exaustão.

Você estará gastando Energia Vital, estará se sentindo cansado como se tivesse praticado um exercício físico (claro dependerá do nível de empreendimento assim como naquele). Então não vejo necessidade de separar uma da outra, podendo ou não serem coisas diferentes, mas sendo seus efeitos correlatos. Porém caso ache necessário o aluno diferir uma da outra, sinta-se a vontade. Bom dito isto, vamos a explanação do que é Manipulação de Energia em si.

Falamos sobre a Psique e que está é composta de um material mais refinado do físico, algo como um “estado gasoso” em comparação ao “estado sólido” do mundo físico.


A psique ou mundo da mente é feito de impressões, de sentidos assim como o mundo físico.



Não se engane o mundo físico só é o que é pelo que você vê, sente, cheira, ouve.



Ele nada mais é pra você do que o reflexo dos seus sentidos. Por isso que o mundo físico para um cego não passa de tato, audição, chero e gosto. Para ele não há a “cor preta do monitor” ou “o carro vermelho”, embora o carro esteja lá e seja vermelho. Para ele o mundo físico é diferente do que é para você, tendo ele impressões auditivas muito superiores as suas, ouvindo sons e sonoridades que talvez você nem perceba.

Portanto é importante saber, o que achamos que é real nada mais é do que a interação de nosso sentidos com o meio.


A realidade é reflexo dos nossos sentidos. Tanto no físico como no psíquico.


Assim sendo, e sabendo o que foi dito, a manipulação de energia nada mais é do que a utilização dos sentidos da psique para manipular as energias sutis da mesma. Assim como no físico se quisermos dar forma a algo temos que mexer nossos músculos, como no moldar uma bola de argila, no psíquico para manipularmos suas energias temos que utilizar os modos da psique, qual seja, vontade e visualização.

Visualização pois como foi dito são os sentidos da mente e os sentidos são um reflexo da realidade.

Se você poder sentir algo gelado, este frio para você é real, apesar de não poder ser para com outras pessoas. O importante é que é real para si e que produz efeitos para si. O mesmo podemos dizer da manipulação de energia.

Manipular Energia é moldar a sua vontade, canaliza-la através de vontade e imaginação para que esta energia realize o que você deseje. Quando você “perde seu tempo pensando em algo” você intimamente perde parte de sua energia para aquele algo. É uma quantia ínfima que não fará diferença nenhuma, mas você doa uma parcela ínfima da sua vida para dar uma existência ínfima a algo.

Lembram-se ... é necessário vida para gerar vida? É necessário se alimentar de vida para que possa haver vida? É a verdade do universo e assim o é com tudo.



Manipulação de energia é portanto a canalização da vontade para aquilo que se deseja.



Mas como isso acontece?



Daremos um exemplo básico e explicaremos o mesmo para dar uma visão geral do processo. Uma prática muito comum de manipulação de energia é a criação do que comumente se apelidou de Psy-Balls, ou esferas de energia.
Uma pessoa concentra sua imaginação e vontade em transferir parte de sua energia para uma esfera, retirando energia do seu corpo e formando uma pequena esfera. Ela faz isso até que a esfera fique o tão tangível quanto ela desejar.

Após isso ela pode impingir uma idéia a ela. Ela concentra-se na esfera criada que será para ela naquele momento tão real quanto um objeto tocado pelo corpo físico para sua psique e aos poucos vai fazendo ganhar as características que deseja que esta tenha. No exemplo podemos dizer que a pessoa deseja que a esfera seja fria. Então começa a visualizar e sentir lentamente a esfera esfriando e congelando, tornando-se muito fria. Ela sente isso, isso é real para ela e para sua psique. Fim do exercício da pessoa.



O que aconteceu ali?


A pessoa utilizou sua imaginação (ou seja seus sentidos da mente) para concentrar-se e dar vida a uma esfera de energia. Quanto mais concentração ela impingia na esfera, mais real ela se tornava.
Ela alimentou a esfera com parte de sua vitalidade, dando-lhe literalmente “vida”, trazendo-a ao mundo da realidade. Ela sabendo que a psique e seu mundo é maleável moldou parte de sua energia com sua mente na forma de esfera e a qualificou para que fosse fria. E isso foi possível, pois essa é a realidade da mente e ela sabia disso.
Basicamente manipulação de energia é isso. Mas ai você se pergunta, mas para que eu vou querer uma esfera de energia gelada?
Pelos efeitos que ela possa produzir é claro. Você já se deu conta que mesmo cada pensamento seu produz uma reação em seu corpo ou ao seu redor.

Seja pelas correntes afirmativas do mundo da auto-ajuda, seja por ler aquele poema que “mexeu com seus sentidos” e te fez sentir-se mais alegre, a energia está ai e interage e interfere em tudo. Você pode usa-la para qualquer intenção só sendo limitado pela sua própria criatividade.

Usando exemplos meus, certa vez enviei uma esfera de energia com a “programação” de que deixa-se meu alvo com dor de cabeça.Foi uma espécie de teste, da época que ainda brincava e engatinhava na manipulação de energia.

Tal pessoa relatou-me posteriormente que umas quatro horas depois de eu ter enviado-lhe a energia (ela não soube que lhe enviei, mas perguntei porque horas começou-lhe a dor de cabeça), ele disse que iniciou-se uma dor de cabeça horrível, que ia aumentando cada vez mais, diferente das dores de cabeça que já tinha tido e durou a noite inteira, mal conseguido dormir. Ainda relatou que tomou remédios, mas a dor não passava.

Esta ai um exemplo do que a manipulação de energia pode fazer por você, nada menos que lhe dar o controle do seu universo ... afinal não passa tudo de energia?










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Mr.Yoshi


Eu adoto a nomenclatura psique, embora assim como a sua co-irmã energia vital, esta possua muitos nomes, como alma, corpo astral, dentre outros.



Mas o que é a Psique. Tarefa ardilosa tentar explicar em poucas linhas o que seja tamanha grandiosa. Até mesmo porque eu próprio a cada dia que passa aprendo mais sobre o que é isto. Poderíamos a grosso modo dizer que nossa Psique (alma) é aquilo que vulgarmente conhecemos por mente.


Tente definir o que é sua mente, você consegue? Algo realmente complicado, no entanto você sabe muito bem o que é.



Basicamente podemos dizer que a nossa psique (mente ou alma como preferirem) é o âmago do nosso ser, é nossa consciência, é nossa parte não física, mas presente.



Na maioria dos seres humanos e seres vivos existentes a existência da psique confunde-se com a existência de seus corpos físicos, visto haver uma correlação entre eles.


Psique é uma coisa, corpo físico é outra. São coisas diferentes, pois são feitos de matérias diferentes.



Há um velho ditado que diz que tudo no Universo é Energia. Se assim o for, podemos dizer que o corpo físico é uma energia que encontra-se em estado sólido e a psique algo que encontra-se em estado gasoso, muito mais sutil que o físico.



A psique e corpos são intimamente ligados, tanto que a maioria dos seres humanos confunde uma com a outra. Isso deve-se ao fato de que na maioria dos humanos sua psique limita-se ao seu corpo físico.


 

Você deve se perguntar como assim?




Como explanado, para melhor compreender a psique imaginemos que o corpo físico é algo sólido e a alma algo gasoso. O corpo físico por ser sólido possui as suas características, qual sejam, formas rígidas e bem definidas, pouco maleáveis e com certas características rígidas em sua própria natureza. Ao contrário a psique é algo gasoso e como tal possui natureza volátil, adaptável, maleável, inconstante.



A Psique é onde reside nossa consciência, aquilo que sentimos, aquilo que somos.



Adaptável pela sua própria natureza ela o é, e tal adaptabilidade é realizada através da vontade. Vontade nada mais é do que força de intenção, é projetarmos nossa consciência direcionando-a para algo, é mover nossa consciência para algo concreto.

Na maioria dos seres vivos psique e alma confunde-se por um simples fato. Não nota-se a diferença existente entre um e outro.


Pegue um humano ordinário. Este acorda, come, faz atividades físicas, dorme. E o ciclo repete-se, repete-se e repete-se. Este ser humano não percebe que existe a realidade da alma e a realidade do corpo, pois para ele estas são uma só. Quando acordado e realizando seus afazeres no mundo físico, a psique está no formato do corpo físico, ela toma sua forma, adaptando-se a ele e interagindo com ele.


Por isso dizemos que a psique é nossa consciência. Onde está a consciência de um ser humano comum? Em seu próprio corpo e nada mais. Para ele seu corpo é a única coisa que existe, e por tal razão sua psique fica aprisionada na forma de seu corpo físico e no espaço que é ocupado por aquele.



 
Onde o corpo físico de um humano normal está, ali o está sua psique, sua alma.



Não compreendendo que tratam-se de coisas diferentes, e portanto movidas por impulsos diferentes, o ser humano ordinário não consegue separar corpo de psique, tornando um invariavelmente preso ao outro.


No entanto ambos possuem mecanismos diferentes. O corpo físico é movido através dos nervos, músculos, ossos, ligamentos e ects. Desnecessário novamente entrarmos para o campo da biológica, mas sabemos que conseguimos andar pois basicamente nossas pernas tem músculos que são acionados por nervos que são acionados pelo cérebro, que por usa vez são acionados por nossa vontade de andar.


O cérebro parece ser o canal de ligação entre a psique e nosso corpo físico. Como fomos criados e educados a viver percebendo apenas o mundo físico, nossa psique agrega-se a forma de nossos corpos físicos mantendo-se limitados a estes, pois não vêem necessidade de coisa diferente disto, pois não recebe estimulo para agir diferente.


O mesmo não acontece a psique de magistas e vampiros. Estes tem consciência de que sua psique é algo diferente de seu corpo físico e possui leis próprias. Estes sabem que a psique não está confinada a forma adotada pelo corpo físico, visto ser maleável, nem tão pouco que esta não possa se mover fora do corpo físico ou ainda além destes.


É daí que surge tantos fenômenos conhecidos, como projeção astral, clarividência, clariaudiência, telecinese, dentre outros. Por exemplo a projeção astral nada mais é do que a movimentação da psique fora do corpo físico. Se nossa mente, ou nossa consciência está localizada na psique ou alma, poderíamos muito bem viajar com ela, sem necessidade do corpo físico.


Como já dito a matéria é demasiada complicada e profunda, o que pode gerar muitas dúvidas, mas a reflexão sobre isto ajuda a dirimir as mesmas. Ressaltando novamente, psique/mente é uma coisa, corpo físico é outra.


É fácil perceber isso. Lembra-se da sensação quando sonhamos? Ou mesmo o ato de pensar. O ato de pensar é como se ouvíssemos uma voz em nossas cabeças, no entanto este som não é produzido por nenhuma coisa do ambiente físico, não afetando nossos ouvidos, pois é feita na psique e dentro de sua realidade, afetando, portanto somente a mesma.


Quantas vezes não temos a sensação de sermos mais largos que nossos corpos físicos, ou sentimos uma leveza estranha, nada mais é do que nossa psique ou corpo astral alargando-se para além do corpo físico.

Este processo ocorre através da vontade canalizada. Nossa psique é manifesta através de nossa consciência e nossa vontade. Se quisermos termos controle sobre ela devemos faze-lo através da vontade direcionada.

É assim que surge os princípios da importância da visualização. O que é visualizar?



Podemos rusticamente dizer que visualizar nada mais é do que “imaginar” ou reproduzir algum sentido físico de forma mental. Reproduzindo algo de forma mental, estamos nada mais nada menos do que impingindo tal impressão em nosso corpo astral, visto ser a mente sua matéria e a vontade ou consciência igualmente.


Portanto a forma mais fácil e usual de lidar com a psique é através da visualização, que nada mais são do que os sentidos da mente.

Estamos acostumados com apenas nossos sentidos físicos, ligados ao corpo físico e ao ambiente físico, como a audição que vem de coisas ao nosso redor, o gosto e olfato de algo, a visão de algo físico e o tato de coisas sólidas ou ligadas ao mundo físico. No entanto a psique ou mente, possui sentidos igualmente válidos, no entanto mais sutis que aqueles.


Por isso a idéia de que visualizarmos é uma forma mais sutil ou leve de nossos sentidos físicos, pois é realmente o que se tratam.


A maioria de nós somos cegos, surdos, paraplégicos, sem sentido psiquicamente, esta é sem dúvida uma habilidade essencial para o desenvolvimento do futuro Vampiro e será alvo dos exercícios de desenvolvimento posteriores.





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Mr.Yoshi


Energia Vital, Força Vital, KI, Chi, Prana, Energia da Vida, Lifeforce, milhões de nome foram dado a essa essência de vida, a vitalidade em si, a energia que faz os seres vivos se diferenciarem todas as outras coisas do univeros.



Mas como definir isso que recebeu tantos nomes, como conceituar tal extraordinária força?



Como já visto nos ensaios anteriores, todo ser vivo se alimenta de outro ser vivo e porque?

Por uma simples razão, pois necessitamos absorver Força Vital para sobrevivermos, precisamos nos alimentarmos da vida de outros seres vivos para sustentar a nossa.

Isso não trata-se de crueldade ou desumanidade, ou algo antinatural, afinal de contas isso já existia antes de você vir a nascer e provavelmente vai existir ainda depois que você se vá.

Não podemos chamar de antinatural algo que a própria natureza assim o fez, não podemos chamar algo de cruel, visto ser a realidade crua nua.



E esta realidade é simples, precisamos matar para viver. Precisamos alimentarmos da vida de outros seres vivos para manter a nossa, assim como aqueles mataram outros seres vivos para tomar-lhes a centelha de vida.



Como já dito, apenas alguns raros animais possuem a capacidade de alimentar-se da força vital emanada de outras fontes, como o sol, sendo o caso dos vegetais.



No entanto tal possibilidade não ocorre a nós humanos, assim como a maioria dos animais e seres diferentes do reino dos vegetais, necessitamos da força vital dos outros seres vivos para sobrevivermos.



Inicialmente é importante compreender o processo de alimentação em si, focado aqui no ser humano em si, mas que de normal geral vale para a maioria dos seres vivos.



Deve haver antes de mais nada a compreensão de que a alimentação envolve basicamente dois processos.



Um é biológico, químico e físico. Envolve a transformação da matéria física do alimento ingerido em outras substâncias que são igualmente usadas pelo corpo físico para lhe dar suporte.



Nada mais passa do que a digestão física, ou seja, a ingestão do alimento que vai para nosso sistema digestivo, é quebrada pelo ácido gástrico e diluída em suas formas primitivas, como carboidratos, açucares, vitaminas e outras substâncias que são usadas pelo corpo para manter o corpo.



Manter que falo é manter no sentido físico. Nosso corpo é feito de células e células são feito de determinados componentes. Nosso corpo é renovado constantemente, necessitando de “material para construção” dessas novas partes. Esse “material” vem dos alimentos, da quebra destes em partes menores que transformamos em cabelos, células, unhas, e assim por diante.



Não entrarei em mais delongas a este processo, pois é facilmente averiguável por qualquer um que já tenha passado pelo Ensino Médio ou ao menos tido algumas lições de biologia.



Passo agora a análise do segundo processo de alimentação, que no entanto passa por muito despercebido.



Este processo é a transferência da vitalidade, ou energia vital, do alimento em prol do alimentando.



Todos nós alimentamo-nos de seres vivos. A alimentação dá-se em dois estágios, em um pegamos o pedaço ingerido e transformamos em “matéria-prima” para nossos próprios corpos físicos. No outro estágio absorvemos a vida daquele ser vivo, absorvemos a centelha de vida que uma vez habitou seus corpos e lhe fez mover, para que nós próprios possamos nos mover.



Não é fácil a compreensão disto, no entanto acredito que de forma primitiva e suficiente para o inicio da prática e estudo do Vampirismo, o ora estudante tenha compreendido o que digo.



Embora soe repetitivo é preciso novamente citar, sempre nos alimentamos de seres vivos, pois a vida só é possível pela tomada de vida.



No entanto, já explicado, por algum motivo nosso sistema de alimentação possui uma ineficiência grave, precisamos matar o ser vivo para alimentarmos de sua vida.



Obviamente que conseqüência natural de tomarmos a vida de um ser vivo, ou vitalidade deste, é que este enfraqueça até o ponto de exaustão e morte, uma vez que não haveria força para mante-lo vivo.



No entanto não falo desse processo em si. Mas sim que a absorção de vitalidade ou energia vital que nós humanos experimentamos se dá de forma primitiva, se dá através da ingestão do alimento em si, o que resulta não na morte do que serviu de alimento, mas antes disso, o matamos.



Veja a morte do ser que é alimento, ocorre antes de alimentarmo-nos deste e não em decorrência da própria alimentação.



Este processo é falho, pois de alguma maneira as propriedades da energia vital se perdem em sua força maior quando alimentamo-nos de seres vivos que estão mortos, uma vez que nos alimentamos da “força vital residual” do mesmo.



E aí que reside um dos pilares do Vampirismo. Vampirismo envolve um processo de tomada de vitalidade com a vítima ainda viva, envolve drenar sua força vital de forma que não seja residual, mas em sua essência pura.



Burlamos o universo, fazendo com que aquela energia que move um ser, passe a nós, fazendo-a acreditar que ainda alimenta o mesmo ser, fazemos com que a força vital passe a nós sem ser perdida, sem ser cessada ou se transformar um forma residual e estagnada da qual resulta a morte.



Ela é transferida a nós pulsante e viva, passando a nos a mesma vida e vitalidade que transmitia ao corpo que habitava.



Assim o Vampiro não necessita necessariamente matar sua vítima para obter a sua vitalidade, embora isso possa fazer parte do processo.



O Vampirismo em si não envolve a morte ou destruição do ser vivo que serve da alimento, uma vez que isso é até visto como desagradável, já que esta fonte de alimento poderia servir de alimento posteriormente.



Já que o Vampirismo envolve drenar a força de vida de um ser, sem necessariamente mata-lo, o Vampiro pode transferir um determinado nível de vitalidade que não acarrete maiores danos a vítima.



Porém no entanto é necessário compreender, o Vampirismo sempre irá trazer algum prejuízo a vítima.



Isso é inevitável, uma vez que estaremos retirando parte da força e vitalidade dela, o que lhe causará enfraquecimento, fraco, moderado ou forte, dependendo do nível de drenagem.



Portanto o Vampirismo trata-se de um processo, através do qual, o Vampiro obtêm vitalidade de uma vítima para si, diretamente de sua fonte vital, igual ocorre com o processo de alimentação dos seres humanos, no entanto estes o fazem como uma das suas etapas de alimentação e ocorre da “energia vital residual” contida nos animais mortos que ingere.



Vampirismo é portanto uma forma evoluída de alimentação, um modo mais eficaz de obter vitalidade essencial para manutenção daquilo que chamamos de vida.



No entanto não se engane o novato Ardeth, pois ainda se faz necessária a alimentação pelas vias normais, uma vez que como já dito, nossos corpos físicos ainda são semelhantes aos dos humanos e portanto necessitam das mesmas “matérias-prima” que aqueles para se manter, matéria essa que nosso corpo físico só sabe obter de uma forma, a alimentação tradicional.





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